Planos de Saúde
| 22 Jun 2017
Para Idec, nova lei de planos de saúde é preocupante
Proposta tramita em caráter de urgência na Câmara e deixa de abordar
temas importantes para o consumidor; Planos acessíveis tornam-se foco do
projeto
O Idec participou, na última terça-feira (20), de uma audiência pública
na Câmara dos Deputados sobre a criação de uma nova lei de planos de
saúde. A proposta, que tramita em caráter de urgência na casa, agrupa
140 projetos que sugerem alterações à Lei 9.65690, responsável por
controlar o setor.
De acordo com o relator da proposta, a comissão deve apresentar um
parecer dentro de um mês. O Idec considera o projeto de lei (PL)
preocupante, tanto pela emergência para a discussão, quanto pela
alteração do objetivo da matéria.
“É impossível tratar de um assunto tão complexo sobre o setor em tão
pouco tempo. Além disso, essa discussão está acontecendo muito mais para
se admitir planos de saúde mais baratos, e sem as garantias mínimas
estabelecidas na lei, do que por qualquer outra razão”, afirma Ana
Carolina Navarrete, advogada e pesquisadora do Instituto.
Alguns deputados também mostraram-se preocupados com a proposta. Jorge
Solla, por exemplo, enfatizou que o caminho não pode ser
desconstitucionalizar a saúde, mas sim criar políticas públicas para
garantir que esse direito seja cumprido.
Mudança de foco
A discussão a respeito dos planos de saúde acessíveis deixou de ser um
assunto apenas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e passou a
ser debatido também no legislativo.
O representante da Federação Nacional de Planos de Saúde (FenaSaúde),
presente na audiência, afirmou que o serviço mais barato seria uma saída
para a redução dos custos do setor.
O Idec há meses critica a proposta.
Para o Instituto, as alterações na lei de planos de saúde que promovam a
redução dos parâmetros mínimos da oferta de serviços e diminuam a
competência da agência são um retrocesso para o setor.
Diminuindo os problemas dos consumidores
O Idec acredita que uma eventual alteração na lei de planos de saúde
deve incluir os problemas enfrentados pelo consumidor, sendo o principal
a negativa de cobertura.
Outro assunto que merece atenção é a respeito do descredenciamento de
profissionais e estabelecimentos durante a vigência do contrato do
usuário. De acordo com Navarrete, é necessário garantir a flexibilização
das regras de portabilidade, facilitando ao consumidor portar sua
carência para um plano que melhor atenda às suas necessidades.
Além disso, para o Idec, o projeto deve criar normas que deixem as
condições dos planos individuais e coletivos iguais. “Existem diferenças
nas regras sobre rescisão unilateral e reajustes que fazem com que os
consumidores fujam para o setor menos regulado, que é o de contatos
coletivos, fazendo com que os planos individuais se esvaziem”, aponta a
pesquisadora.
Fonte: Idec.
Nenhum comentário:
Postar um comentário