Ano 2, n. 4, 2009
Autor: Adriana Freitas
Sobre o autor: Graduada em Português/Literaturas pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986), com mestrado em
Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1993)
e doutorado em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (2006). Atualmente é professora do Instituto de Aplicação da
UERJ e do Colégio Pedro II.
Publicado em: 28/06/2013
Impossível
caminhar na praia de Copacabana sem contemplar a estátua de Carlos
Drummond de Andrade sobre um banco do calçadão. A obra, do escultor
mineiro Leo Santana, foi construída a partir de uma fotografia de
Rogério Reis, em que Drummond, com sua habitual postura tímida, aparece
de frente para a cidade e de costas para o mar.
De modo oportuno, a
escultura, de frente para a cidade, parece reafirmar um tema frequente
na poesia de Drummond: o espaço urbano. Subvertendo a imagem
contemplativa que a estátua pode sugerir, a relação do poeta com a
cidade é tensa, cética1 e ambígua. Também oportunamente, a
escultura está de costas para o mar, representando a ausência da
natureza como tema relevante no fundamental da obra de Drummond. Em
Confissões de Minas, que integra livro homônimo, publicado em 1944, ele
chega a afirmar que a natureza foi proscrita da poesia moderna.
A mencionada tensão
decorrente do confronto do poeta com o espaço urbano já está presente,
por exemplo, no poema Nota social que integra Alguma poesia, de 1930, primeira publicação poética de Drummond:
Leia mais aqui.
Boa leitur@!
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