ESPORTES | Metro - A Era do Renascimento no Tênis

Por Valter Junior
Metro Porto Alegre

"Para a humanidade, o Renascimento (entre os séculos 14 e 15) foi um período em que se voltou a valorizar referências culturais da antiguidade clássica, gerando uma eclosão criativa sem precedentes. No tênis, o Renascimento é agora. O suíço Roger Federer e o espanhol Rafael Nadal, dois dos artistas mais renomados na arte de bater a raquete na bolinha, vivem momentos que há tempo não protoganizavam em quadra.

"Após terem perdido a soberania nos últimos anos, principalmente para o sérvio Novak Djokovic e o britânico Andy Murray, e enfrentarem problemas físicos na segunda metade do ano passado, Federer e Nadal voltaram a jogar como nos melhores momentos de suas carreiras, criando obras tão belas quanto em momentos anteriores.

"A Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, pode muito bem ser representada pelo título de Federer no Aberto da Austrália, em janeiro, e as outras três conquistas do ano. A leveza dos traços do pintor italiano são como a técnica refinada do suíço. Um jogador que não faz esforço para jogar.

"Considerada uma das grandes obras-primas de todos os tempos, a escultura de David, de Michelangelo, é como Rafael Nadal. Resultado de um trabalho mais braçal, mas nem por isso menos belo. Se a estátua tem um estilingue e uma pedra nas mãos prontos para atacar Golias, Nadal segura uma raquete.

"O espanhol ganhou pela nona vez o título de Roland Garros, este ano, mas voltará a jogar na grama após dois anos. Situação que deixa Federer em vantagem.

"A grama, o mais traiçoeiro dos pisos do tênis, é dominada por Federer, dono de sete títulos e que, se vencer este ano, se tornará o maior vitorioso da história de Wimbledon, que começa hoje.

"Ao ver Federer e Nadal gigantes novamente, fica impossível não pensar em ver um duelo como a final entre eles em 2008, considerado por muitos a maior obra-prima tenística já produzida. Quando se trata desses dois, não se pode duvidar de nada, ainda mais quando vivemos a Era do Renascimento."

Fonte: Metro. 03.07.2017.

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